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Marcus Valerio XR

Quinta Mensagem de

Jose Renato dos Santos Cardoso
jrscardoso@terra.com.br

Meus comentários anteriores estão em VERDE, e os atuais em CIANO.

Toc, toc toc toc, toc toc toc toc, toc toc toc, toc toc toc toc... (tamborilando os dedos).
Well, well, well...
Sinceramente José Renato... Eu não esperava por essa. Estou começando a achar que você não sabe do que está falando. A Teoria do Caos não foi feita para anular a razão humana. Isso que você fez aqui foi basicamente um tentativa sofismática que jamais passaria num tribunal.
Se isso fosse válido, crime algum poderia ser condenado, pode-se anular qualquer coisa.
Eu fui bem simples e sintético, deixe-me repetir: "...de modo que ele vai cair nele sem dúvida a não ser que você o avise. Se você não o faz, com certeza será culpado do acidente por omissão. Poderia ter avisado e não o fez.".

Sinceramente estou achando que não adianta explicar que você nunca deixará de pensar linearmente, se for assim posso afirmar que jamais iria para um tribunal acusado pela situação descrita acima, se você souber de alguma jurisprudência neste sentido por favor avise-me, portanto, caberia a mim sentir culpa ou não, depende do meu interesse de fazer ou não, esta decisão seria minha e de mais ninguém, mas não podemos negar que ela teria influencia na vida de outras pessoas.

Talvez a questão da linearidade seja mesmo reveladora. Não sei exatamente como você vê o "pensamento linear", mas eu acho que se você inicia um raciocínio, ele deve ser mantido numa certa direção até atingir o alvo ou surgir um obstáculo intransponível que o obrigue a um desvio.

Isso de modo algum significa que o pensamento é desconectado de outros elementos relevantes para a questão, é claro que ele deve levar em conta um contingente racionalizável de dados, mas ele tem que ser contínuo, construtivo e não se desviar de seu rumo.

O que notei em sua argumentação foi uma grande descontinuidade e uma tendência a desviar o rumo da discussão para tópicos irrelevante, em outras palavras fuga do assunto, e você defendeu essa fuga em nome da oposição ao "pensamento linear".

Pode ser considerado uma técnica sofismática, aliás uma tendência incorrigível na grande maioria dos apologistas cristãos que já conheci, quando se deparam com perguntas difíceis, imediatamente fogem do assunto.

Nosso tema, nesse tópico, era simples, a relação entre a Onipotência e Onisciência Divinas, e o Livre Arbítrio, iniciada na MENSAGEM 3 TÓPICO IV, que defendo ser de impossível coexistência. Se há Onipotência em um Ser, incluindo aí o Poder de Saber Tudo, não pode existir Livre Arbítrio para as suas criaturas, pois essa Onipotência implicaria no Determinismo.

Para esclarecer melhor esse exemplo, usei a analogia do cego. Mas isso foi uma ANALOGIA, para ilustrar um pensamento que é um pouco mais abstrato. Eu não pretendia entrar no mérito de questões relativas às implicações de tal situação no mundo real. A primeira parte de sua Mensagem Anterior foi uma tremenda digressão desnecessária sobre o assunto, e a meu ver ainda por cima equivocada.

É claro que há jurisprudência para a situação descrita, Omissão de Socorro é crime previsto em lei, tudo bem que no caso do cego poderia ser difícil demonstrar que a omissão foi intencional, mas bastaria alterar um ou outro detalhe. Mas isso entretanto não importa.

O fato é que a ONIPOTÊNCIA não pode coexistir com o LIVRE-ARBÍTRIO, e como a religião cristã prega os dois elementos, decorre que é contraditória, irracional.

Eu não estou tirando uma conclusão da situação, eu estou colocando que a situação PERMITE essa certeza! Não adianta tentar escapar do argumento saindo dele. Eu disse que se você estiver numa situação onde PODE ajudar e DELIBERADAMENTE não o faz, e sendo assim, eu já restringi a situação de quaisquer possibilidades anuladoras.
Ou vai me dizer que não existem situações como essas?
É claro que isso não invalida a inevitável Interdependência causal do Universo, mas há esferas de ação onde temos autonomia e poder de ação.
O que mais me impressiona aqui é você não perceber que seu argumento simplesmente vai contra a própria idéia de Liberdade, se estivéssemos situados a tal nível de invalidade ativa a ponto de anular qualquer conclusão, então não seríamos responsáveis por nada! Seria tudo obra de um tipo de acaso.
Pior! Se existir então um Ser que diferente de Nós, tem poder total sobre todos os eventos ao mesmo tempo que nós não temos praticamente nenhum, então você demonstrou o Determinismo melhor do que eu jamais pensei em fazer.
O estranho é que seu raciocínio só segue numa direção enquanto parece lhe interessar, imediatamente mudando de rumo quando chega a um local onde você bem poderia levá-lo adiante. Se for assim, então ADÃO e EVA são culpados pelo Pecado Original? Errado! Há mil e uma variáveis envolvidas. Lúcifer é o culpado pela Rebelião? Errado! Quem é o culpado?
Ninguém poderia então ser culpado de nada, a não ser o Ser que tem controle total e consciente sobre todos os eventos, ou seja DEUS! Ele não tem desculpa para não agir ou se eximir de culpa. Não há barulho na rua, dificuldade de entendimento, carro desgovernado, funcionário corrupto ou laboratório bacteriológica capaz de tirar dele a responsabilidade por suas ações.
O Caos seria invencível para todos os seres, mas não para Deus, ou ele não seria ONIPOTENTE. Sendo ele ONIPOTENTE, não há Caos para Ele, apenas aparentemente há para nós, mas na verdade, o que entendemos como Caos seria apenas a nossa incapacidade de sondar a Ordem imposta ao Universo pelo ser Onipotente.
DETERMINISMO ABSOLUTO! Ou, Não-Onipotência!

Acho que na situação do cego, afirmo que todos são culpados, em menor ou maior índice, derrepente, não avisando o cego sou o menos culpado nesta estória, mesmo sendo o acusado. A literatura e as narrativas orais estão repletas de exemplos da presença do caos nas vidas humanas. Em realidade ou ficção, os escritores e jornalistas mostram como é complexa a teia dos acontecimentos, e como é também complexo o tecido da teia. "Pela falta de um prego, perdeu-se a ferradura; pela falta da ferradura, perdeu-se o cavalo; pela falta do cavalo, perdeu-se o cavaleiro; pela falta do cavaleiro, perdeu-se a batalha; por falta da batalha, perdeu-se o reino."

Como eu disse, a analogia do cego pode servir para muitas outras coisas, mas no que se refere a questão em si, não adianta levá-la para muito além do que eu propunha. Coloquei o espectador figurativamente no papel de alguém "Onisciente" da situação, e que tinha plena "Onipotência" para agir na situação. Se ele não agiu, é porque não quis. Era somente isso que eu pretendia demonstrar, para então argumentar que um Deus Onipotente não pode se eximir de responsabilidade sobre evento nenhum no Universo.

Quanto a Lúcifer vemos, segundo a bíblia, que ele é o primeiro a quebrar as regras, quando contaminou o homem com a desobediência, aparentemente simples, afetou todo o sistema, pela teoria do caos esta atitude é refletida em todos os acontecimentos atuais, ou você acha que uma política gananciosa e corrupto de governos não tem nada haver com o atraso, fome e miséria que determinadas nações vivem hoje. No desespero do pensamento linear, você esquece que o tempo é relativo, em relação a determinados seres vivos temos uma vida muito longa, um segundo para nós pode ser insignificante, mas para outros seres pede equivaler a uma hora ou um dia comprados a escala humana, também pode ser a diferença entre um acontecimento catastrófico ou não.

E no desespero da impossibilidade de solucionar a Antinomia, você fugiu do assunto. É evidente que a cadeia causal de eventos no Universo é infinita, e se há um evento inicial, ele sem dúvida está ao menos indiretamente ligado a qualquer evento último. Mas novamente isso não vem ao caso, ou melhor, vem no sentido contrário ao que você propôs.

Nesse caso Lúcifer poderia ser responsabilizado causalmente por todos os eventos, mas e a causa anterior a Lúcifer?

Essa causa primeira seria Deus, o responsável primário por todos os demais eventos, a causa incausada e razão de si próprio. Lúcifer não era Onipotente, nem Onisciente, portanto, quando foi criado não sabia que viria a pecar. Deus sabia mesmo antes de criá-lo. Mesmo assim decidiu criá-lo sabendo que ele pecaria.

Havia evidentemente infinitas outras possibilidades de criação, ele escolheu essa, poderia ter impedido os acontecimento, não o fez, analogamente, deixou Lúcifer cair no abismo do mesmo modo como teria deixado o cego cair no buraco.

Não há como negar o fato de que ele é o responsável por tudo. E de quebra, levando em conta sua Onisciência total do futuro, e sua total Onipotência, decorre que tudo está determinado por Ele. O Universo seria DETERMINISTA, anulando o Livre Arbítrio.

Quanto ao tão cobiçado cálculo que você vem me pedindo, ficaria muito difícil, uma vez que parece-me não ter entendido a teoria não pode ir para o cálculo.

Costumo ver o exato contrário. O professor, para ajudar os alunos a entenderem a teoria, cita o exemplo, no caso o cálculo. Ninguém jamais entenderia o que significa o Teorema de Pitágoras sem uma demonstração de como ele funciona.

Se você tem o exemplo, pode mostrá-lo.

Cordialmente,
Cardoso.

Sunday, February 22nd 2004

Amigavelmente

Marcus Valerio XR
mv@xr.pro.br
FREE MIND!!!
22 de Fevereiro de 2004

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