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Marcus Valerio XR

Nova Mensagem de

Rafael Augusto Borges Pavani

Em trépica à minha réplica na Mensagem 381

Sobre o Texto 50 MILHÕES DE CRETINOS.

Marcus, é bom saber que concordamos em alguns assuntos. Eu conheço muito pouco de economia e política internacionais, inclusive não tendo muita informação. Se suas informações são verdadeiras, então você tem razão em muitas colocações, sobre as quais eu não dei um parecer definitivo meu. Vou colocar melhor esses argumentos no decorrer do texto.

Olá Rafael. Obrigado por sua compreensão. Não que eu conheça tanto sobre tais assuntos, mas tal opinião parece estar de acordo com o pensamento hegemônico dos economistas.

Concordamos em parte sobre o aborto e o homossexualismo, e não compete estender esse assunto ou discutiríamos para sempre. Quanto ao suicídio, não podemos dizer que uma pessoa tem o direito de tirar a própria vida, por certos motivos. Em primeiro lugar, que sequer tem cabimento discutir, é porque Deus nos criou individualmente e não temos idéia de Seus propósitos para nossas vidas, sempre existindo a esperança ao viver. Além dos problemas que você citou, deve-se considerar também o prejuízo para o Estado, tratando-se de pessoas em idade produtiva, e o prejuízo psicológico para entes queridos, entre muitos outros se considerarmos esse ato como egoísta. Contudo, o principal argumento contra o suicídio é o estado psíquico da própria pessoa. Será que seu desejo é realmente morrer, apenas porque o disse ou pensou? Ou estará passando por momentos difíceis e necessita de auxílio, e seja possível faze-la esquecer a idéia? Uma pessoa deprimida não pode ser considerada, a priori, como tendo capacidade de decidir sobre sua própria vida, pois está com a consciência alterada, e isso se aplica também a outras situações. Nem sempre nós fazemos o que queremos, por mais que pareça ser essa nossa vontade, imagine tomar uma decisão precipitada como essa. Até mesmo os mais cristãos com a certeza de que Deus espera no Paraíso têm medo de morrer, e acham que é melhor esperar mais um pouco por aqui, então como podemos dizer que alguém “escolheu” morrer? Isso não é apenas opinião minha, é a conduta em qualquer livro de Psicologia e Psiquiatria, em que a experiência demonstra claramente que dificilmente alguém tem o real desejo de tirar sua própria vida, mas tem sim outros problemas passíveis de auxílio.

Concordo com Você. Em meu texto anterior porém eu contextualizei a afirmação de modo diferente, como por exemplo no caso do indivíduo em plena condição racional. Evidente que isso raramente ocorre, mas eu apenas quis colocar a questão num plano mais abstrato, declarando que o Suicídio em Si não é algo que esteja sujeito a critérios morais tal como está o Assassinato por exemplo. Mais significativo talvez seja que o Suicídio é uma ação reflexiva direta, e é difícil estabelecer parâmetros morais para ações que não afetam outras pessoas. Você tem razão na suas colocações sobre certas consequências do suicídio, porque elas incidem sobre terceiros, nesse caso o ato cai imediatamente no domínio da Ética. A mesma coisa ocorre quando usamos um conceito religioso, por que aí entra em cena um Terceiro, no caso Deus. Ora a Ética só faz sentido no que se refere a uma relação entre dois seres racionais, se o suicídio só incidir no próprio suicida, e impossível reprová-lo moralmente, e há casos assim. Mesmo nos casos que você citou, há que se considerar se o indivíduo realmente seria útil à sociedade, poderia ser totalmente daninho. Certos criminosos incorrigíveis nos fariam um favor caso se exterminassem, embora isso raramente aconteça. É fato que em geral o suicida não deseja de fato a "Morte", mas o fim de uma situação, como um sofrimento, talvez sem pensar em possíveis desdobramentos. Há que se considerar vários tipo de suicídio também. O Kardecismo por exemplo considera morte por abuso de drogas ou má alimentação como um tipo de Suicídio, inclusive punido de forma muito similar ao suicídio mais convencional. Há também o suicídio mártir, onde alguém dá a vida por outra pessoa ou por um ideal. Mas por fim, só quero que fique claro é que o Suicídio em si, a simples idéia de alguém por fim à própria vida, não implicando necessariamente numa consequência a terceiros, fica fora do alcance do julgamento moral, e mesmo que não ficasse, fica absolutamente fora do alcance da repressão e correção. Não podemos punir um suicida! Só Deus poderia. Ou seja, um Terceiro.

Quanto ao uso de drogas, tenho opinião similar. Não sabemos pelo que passa um usuário de drogas, que pode ser ajudado. Existem, é claro, aqueles com o direito da estupidez que você citou, mas temos que tomar muito cuidado nesse julgamento. Além de outros motivos tão fortes quanto. O tráfico de drogas impulsiona a violência, não há dúvidas quanto a isso, e indiretamente qualquer usuário está colaborando para esse mal, mesmo que só goste de dar umas “viagens” sem fazer mal (direto) a ninguém. A mesma violência que atinge os que não usam drogas. Sem contar os entes queridos dessa pessoa, que podem estar preocupados quanto a ela. Também há o estímulo, mesmo indesejado, para que outros tornem-se usuários. Já vi muitos fumantes cujos pais fumantes batiam quando criança toda vez que pegava em um cigarro, mas não adiantou o esforço, pois vale muito mais o exemplo. Isso sem contar os danos indiretos nos fumantes passivos, que já foi mais que comprovado. E também os gastos estratosféricos da saúde com conseqüências do consumo de álcool e cigarro (é imenso o número de pacientes com doenças decorrentes desses consumos), o que indiretamente impede o gasto em políticas de saúde para comunidades carentes ou melhorias no sistema público, ou seja, prejudica terceiros. Assim, há muitos motivos para condenar o uso de drogas lícitas e ilícitas, por mais que a pessoa em si não faça mal a ninguém. Por melhor que seja sua consciência, a pessoa não pode impedir aqueles que a tomaram como exemplo de se descontrolar.

Mais um vez concordo integralmente. Pessoalmente sou completamente avesso à qualquer tipo de Droga, considero sinceramente uma falta de personalidade as pessoas recorrerem ao uso de drogas. Uma lamentável fuga de si mesmo. Como sempre gostei muito de mim, creio que isso seja óbvio, a idéia de fugir de meu estado normal nunca me agradou. No entanto há situações compreensíveis. Não reprovo a pessoa que num sofrimento muito grande prefere se drogar, claro. Além disso eu defendo a liberdade individual de cada um desde que não afeta a liberdade alheia. Creio que numa sociedade ideal toda e qualquer droga seria liberada, pois as pessoas teriam a responsabilidade adequada para usá-la. Na nossa sociedade porém sou contrário a tal liberação, já bastam a que já são liberadas para nos trazer problemas, em especial A PIOR DE TODAS! O ÁLCOOL. O problema maior sempre será o mau uso. Se alguém se droga e não prejudica os outros, não vejo problema, mas temos que admitir que a incidência de problemas que isso causa, mesmo no caso de drogas liberadas, me parece mais do que suficiente para colocar em xeque qualquer nível de tolerância às drogas. O nível de caso que atingimos então... Nem se fala. Infelizmente, reitero que nosso caso é insolucionável enquanto houver tratamento diferenciado e incoerente para certas drogas. Enquanto um droga devastadora como o Álcool, indiscutivelmente a mais daninha de todos os tempos, for não apenas liberada como mesmo idolatrada, não vejo nenhuma chance de solucionarmos o problema das drogas ilícitas.

Sobre o homossexualismo, concordamos em algumas partes, apenas digo que ele existir na natureza não é um bom parâmetro para permiti-lo nos seres humanos. Na natureza há assassinato, infidelidade, poligamia, estupro e até roubo. E não há solidariedade e compaixão. Um só exemplo são os pingüins que empurram seus filhos das encostas das geleiras para saberem se não há predadores na água. Aliás, nós já estamos seguindo a natureza, ou o mundo não está nesse nível animalesco? Cabe salientar que também há bases biológicas para o assassinato, como no caso de homens XYY e níveis elevados de testosterona. Justifica algo?

Estamos de acordo novamente. Eu não quis justificar, mas apenas explicar porque o Homossexualismo não deve ser considerado "Anti-Natural" como muitos gostam de dizer. Ele é claramente natural, tal como as outras coisas que você citou. Porém, diferente da maioria desses outros males, o Homossexualismo não é anti-ético. Se duas pessoas de mesmo sexo querem ficar juntas, e não prejudicam ninguém... Qual é o problema? Somente apelando para outros parâmetros se poderia condená-lo. Interessante você tocar no assunto dos "Super Machos", bem como outras bases biológicas para comportamentos anti-éticos. Como eu sempre digo, grande parte de nosso problema, se não todo, é o fato de possuirmos uma Dimensão Humana "SobreNatural", mas que muitas vezes está a serviço de certos elementos de nossa Dimensão "Animal", em outras palavras, nos deixar sucumbir por nossos impulsos mais primitivos. Como humanos isso é inaceitável. Aí que entra um grande problema relativo ao Evolucionismo, sabe-se lá porque, alguém resolveu ter a estúpida idéia de que o que é Natural é Bom! E essa idiotice até hoje é muito popular. Logo, pensa a mente semi-inteligente, se o assassinato está na natureza, então deve ser bom! Céus! Nem em minha mais tenra infância eu fui capaz de levar a sério uma tolice destas! No entanto isso está em toda parte. Desde as pessoas que insistem em declarar que tais alimentos ou remédios são bom por serem naturais (90% dos mais letais venenos também o são), até alguns "românticos" que acham que não há violência na natureza, a ponto de declararem que o Estupro é mau por ser "Anti-Natural". Recomendo sempre um excelente livro sobre as origens da agressividade humana. O MACHO DEMONÍACO, de Dale Peterson e Richard Wrangham.

Como não sou casado, não posso opinar sobre os aspectos legais dele, apenas dizer que Deus criou um homem para uma mulher, e não há conformação melhor para uma união, em que ambos se tornam um (isso inclui: não pode haver agressão entre eles, deve haver consentimento de opiniões, comunhão total de bens, união até a morte – exceto para os casos que Jesus permitiu separação, entre outros). Há sim muitos problemas nos casamentos, com conseqüências para os filhos, mas não justificam a permissão de fonte de novos problemas, como poderia ocorrer na adoção por casais homossexuais.

É de fato uma questão polêmica. Sinceramente não tenho uma opinião formada. Só acho que não se pode condenar algo por "essência", mas sim pelas suas consequências ou suas finalidades. Acrescentar uma dimensão religiosa tem a tendência de condenar as coisas a nível absoluto, e essencial.

Vamos falar do Bush agora.

Continuo acreditando que os atentados de 11 de Setembro ocorreriam se não fosse o Bush na presidência, e Olavo de Carvalho concorda comigo (está em algum texto dele, procure “Bush” e “atentado” na busca do site dele).

Bem o sei. Muitos discordam de mim nesse ponto. E lembre-se, eu sugeri Olavo de Carvalho não por endossá-lo, mas até pelo contrário. Temos opiniões absolutamente opostas em diversos aspectos. Ainda assim eu o considero um pensador brilhante, e um interessante contra-ponto. É importante lidarmos com pontos de vista contrários mais bem construídos.

Quanto ao Iraque, concordo que a invasão foi totalmente precipitada, com os problemas que você citou e ainda a destruição e saqueamento de museus riquíssimos.

Infelizmente civis sempre são atingidos, por “melhor” que seja a guerra. Se a invasão foi pior, pode ser que no momento sim, mas não saberia dizer quanto ao futuro (se é que há algum). Agora armar grupos rebeldes internos já não é boa idéia, como está bem demonstrado na história da Guerra Fria e atual mesmo.

Também não acho uma "boa" idéia. Acho que seria menos pior.

Se os seus dados a respeito da Economia dos EUA estão corretos, pode ter certeza que eu repensaria muito bem antes de votar no Bush. Contudo, o que tenho visto nos noticiários da TV é que a economia americana está crescendo. Mas não temos o que discutir aqui se você tiver certeza de suas colocações, pois eu não tenho conhecimento a respeito desse assunto.

Bem, se após aquela balbúrdia toda para roubar o petróleo do Iraque a Economia deles não crescesse... Aí seria demais! Notou que a recuperação começou exatamente após eles terem assumido o controle dos poços e refinarias? Além do que a indústria da Guerra cedo ou tarde tem que dar lucro. É um padrão tristemente previsível em países a beira de colapsos. Um agraveamento econômico leva a uma Guerra, que causa um breve alívio econômico, o que parece justificar a Guerra, resultando em um círculo vicioso que a longo prazo nunca dá bons resultados.

O “patetismo” de Bush ao ficar sem ação por saber dos atentados é altamente esperado em uma pessoa preocupada. O que ele poderia fazer? Correr até as duas torres e tentar salvar o máximo possível de crianças indefesas? Apenas Michael Moore esperaria por isso. Eu não tenho a mínima idéia do que fazer se ficasse sabendo de uma catástrofe de tamanhas proporções, sem entender os motivos ou saber como se comportar frente a várias crianças. Esperar que Bush “assumisse o comando da nação” é muito fictício. Algo tão inesperado simplesmente deixaria qualquer um sem ação, exceto se fosse um ator querendo parecer o perfeito chefe de estado. É claro que outros motivos podem ter feito ele ficar parado tanto tempo, como saber que o ataque poderia ocorrer (a CIA já tinha informações a respeito, não é mesmo?) ou mesmo saber que ele iria ocorrer, e seus pensamentos seriam: e “agora, qual é o próximo passo?” Ou “Como vou explicar isso?” e coisas similares. De qualquer forma, ficar 20 minutos sem ação é até pouco para o que ele passou, e não é justificativa para considera-lo incompetente.

Aqui eu discordo totalmente! O mínimo que eu iria fazer era imediatamente me envolver na situação, saber o que está acontecendo com o máximo de detalhes possível! Por acaso você, como um pai de família, ficaria sentado na frente da TV se um de seus filhos viesse lhe dizer que está acontecendo uma invasão no seu quintal?! Você ficaria parado esperando os outros tomarem providências?!

Que ele tinha que imediatamente sair daquele local e no mínimo se inteirar melhor dos fatos é algo que me assombra que alguém possa ter qualquer dúvida! Qualquer notícia emergencial que você recebe lhe leva a imediatamente interromper o que estiver fazendo, a não ser que seja algo igualmente urgente! A notícia de um familiar sofrendo um grave acidente, o aviso de que sua casa está incendiando, ou seu carro sendo roubado, não são coisas capazes de fazer você imediatamente sair de um trabalho burocrático ou de uma aula?!

Ficar 20 minutos sem ação enquanto os EUA eram atacados é algo que não ocorreu sequer a nós brasileiros! Quem é que não parou o que estava fazendo para ir pra frente da TV! Nem que fosse por mera curiosidade.

O patetismo da reação de Bush é algo no mínimo altississimamente suspeito! Algo que eu jamais esperaria de "Um homem forte" capaz de "proteger a nação". Ele não fez coisa alguma afinal. Será que continuou prestando atenção na aulinha? Se precisava pensar, não era o caso de ir para um lugar mais sossegado? Será que não sabia se um DEFCON-4 era motivo para interromper uma aula de jardin de infância!

Sinto muito! Não é algo esperado de uma pessoa preocupada. É algo esperado de um verdadeiro retardado!

Continuo alertando para o sentimentalismo no ataque contra o Bush. Governar não é fácil, tomar decisões de grandes proporções é terrível, e uma grande maioria pode, sem entender nada, atacar você pelo que outros disseram. Ser a favor do Bush é ser tanta coisa ruim que nem vale a pena contar, talvez por isso ninguém tenha coragem. Não estou dizendo que existem pessoas a favor, mas sim que o sentimento contra ele é exagerado. Tentar agradar o mundo talvez não fosse a melhor saída. Concordo, contudo, que a melhor maneira de acabar com o terrorismo é evitando a hostilidade, mas tenho dúvidas se é um meio possível em escala global. Até Jesus não falou sobre nações, mantendo Suas Palavras para a conduta humana individual, que deve se extrapolar em todas as áreas.

Acho que o que mais me impressiona o como alguém pode achar que pode "acabar" com o terrorismo simplesmente dando-lhe mil é um novos motivos para continuar existindo. É como tentar apagar fogo com gasolina. A força motriz do terrorismo, nesse caso, é o ódio contra o EUA. Como alguém espera que aumentar esse ódio tenha qualquer efeito benéfico?! Seria mais sensato, ainda que hediondo, planejar o extermínio total do mundo muçulmano.

Aliás, apenas para constar, conheço alguns professores de História e Geografia que odeiam os EUA e as pessoas que vivem lá, inclusive comemorando a queda das Torres Gêmeas. Para mim são pessoas ignorantes, mas capazes de formar opinião em muitos alunos, como eu quase fui pego. Para mim, boa parte do ódio aos EUA não é nada mais que inveja. E nem preciso comentar isso.

Pois é, também vi casos como esse. Até entendo que haja uma excitação diante de um fato tão inusitado, mas escapa a minha amplitude mental como que alguém pode ver cenas grotescas como pessoas se atirando de 300m de altura de um prédio em chamas e ficar comemorando. Sinceramente, é algo que merece uma profunda reflexão.

Voltando ao Brasil, digo novamente que não há bondade em nossos políticos, ou menos maldade que nos americanos. Se os nossos estivessem no lugar dos deles, os EUA já estariam falido, pois além de maus, são tão burros que ao invés de roubar outros países pra permitir o crescimento do próprio e viver bem o resto da vida, iriam destruir o próprio país para ficarem mais ricos, sem pensar nem no futuro deles mesmos. E ainda acredito que os políticos americanos são melhores que os nossos, sob muitos aspectos. Não temos a cultura de armas, bombas, neo-nazismo e etc, mas temos algo bem pior e sutil (o Diabo é sutil, não escandaloso, e assim são os piores dos males), que é o “jeitinho” brasileiro, de cortar filas, passar na frente, levar vantagem, estragar a vida do outro pra parecer melhor que ele, entre muitas outras facetas, que no fim respondem também pelos altíssimos índices de corrupção nesse país. Se nos EUA eles idolatram os heróis, aqui nós idolatramos os anti-heróis. O Capitão América representa eles (um sujeito fraco por si mesmo, mas que após algumas experiências ficou muito forte....) e o Macunaíma a gente (nasceu aqui e ficou branco por ser mais esperto...). Perceba bem como por aqui quem tem “a manha” ou quem “dá um jeito” é bem reconhecido, enquanto quem quer fazer do modo honesto é tido como tonto, chato, conformado, etc.

Concordo. De fato temos uma terrível deficiência numa série de coisas. Mas digo que o tal "Jeitinho Brasileiro" é um mito. Todo o mundo faz isso! Quer jeitinho pior do que inventar mentiras para justificar a invasão de um país. Ou Fraudar eleições?! A única diferença é que os brasileiros parecem enfeitar mais as coisas. Prefiro evitar em insistir afinal no que é pior! Mas será que idolatrar malandros é mesmo pior do que idolatrar fascínoras! Muitos dos hérois norte-americanos não passam de psicopatas homicidas. Eles mesmos reconhecem isso. Uma obra que aborda tal dilema de um ponto de vista espetacular é o Watchmen, do Alan Moore. Numa coisa eu concordo que somos piores, é em nossa falta de amor-próprio. O brasileiro tem um estranhíssimo complexo de inferioridade. Até hoje tem gente que pensa que o Brasil é um imenso país agrário que meramente exporta matéria prima e compra manufaturados. Muitos idealizam outros países de um modo quase paradisíaco, mesmo sem nunca ter estado lá! O brasileiro tem a péssima mania de estar sempre visando o estrangeiro. Muito pensam em ganhar muito dinheiro aqui para gastar no exterior. Há quem pense com a mesma mentalidade colonial de 300 anos atrás, de que aqui se faz dinheiro sujo, para depois ser gasto na Europa. Mas até isso dá margem à duvidas. Essa irresponsabilidade, esse descompromisso consigo próprio, será mesmo pior que o desprezo pela nação alheia? É curioso que nesse dilema o Cristianismo tenha uma posição muito clara. Antes morrer do que matar.

Concordo com você com relação à violência. Tornou-se fonte de lucro e diversão. Os filmes americanos são um total desrespeito à vida. Os “heróis” dos filmes matam centenas de pessoas sem um mínimo de consideração, e nem refletem na vida humana. Como se fosse um jogo. Bem diferente de mangás japoneses como Vagabond, Éden e Evangelion (sim, gosto deles), nos quais apesar de ocorrerem mortes, o autor leva a uma reflexão profunda sobre a vida humana e seu significado. Podem ser lidos de modo superficial, mas para quem tiver a sensibilidade eles são fonte de reflexão. Já em filmes como 007, Missão Impossível, e outros, além de quadrinhos como Spawn, Justiceiro e outros americanos, morrem até milhares de pessoas sem qualquer razão. Há os que nunca matam, como os X-men, Homem-aranha, Batman, Super-homem, etc, mas estão longe de parecer alguém real, exceto por algumas histórias específicas, é claro. Apesar disso, os EUA não estão em muita desvantagem em relação ao Brasil. Nós temos problemas diferentes, e não menos que eles. Apenas para citar, qual o índice de criminalidade nas praias deles? Qual o índice de seqüestros, e ainda mais mal resolvidos? Duvido que quem mora lá se sinta tão inseguro como eu posso me sentir ao chegar em casa à noite, mesmo morando em uma cidade média do interior. A crítica aos EUA está sendo exagerada, eles têm muito mais vantagens que nós em várias áreas, e a criminalidade é uma delas.

Sei não... Talvez o que nós tenhamos de crimes "aqui dentro", seja bem menos do que eles tem de crimes "lá dentro" somado ao que eles tem de crimes "lá fora"! A prerogativa de destruir nações estrangeiras pode ser uma excelente forma de canalizar uma potencial violência interna para o exterior. Notou que nunca mais houve nenhum massacre em colégios? Ou veteranos de guerra ficando malucos e matando todo mundo num restaurante? Ou mesmo assassinos seriais famosos? Agora deixe-os entrar num período de paz, e Shazam! Todas essas coisas voltam a acontecer.

O Governo Bush pode ser ruim, mas não tanto quanto você acredita, Marcus. Como essa é a minha opinião e a sua é outra, não há razão para discutirmos. Sobre Clinton e Olavo de Carvalho, não tenho o que comentar, pois pouco os conheço, e o assunto se esgotou na sua resposta.

Apesar de concordarmos em alguns assuntos, algumas discordâncias se acentuaram. Nem todos os assuntos podem ser tratados com a mesma imparcialidade, pois temos nossas próprias opiniões pessoais, mas é bom conhecer melhor aquelas que são contra as nossas, assim podemos melhorar nosso próprio conceito a respeito dos assuntos discutidos.

Até mais, Marcus,

Cordialmente,

Rafael Pavani

Quinta, 2 de Dezembro de 2004 - 14:30

Eu não esperaria uma integralmente concordância de quem quer que seja. Como eu já disse, é importante lidar com o ponto de vista divergente. Apesar de que sinceramente acho que discordamos muito mais no modo de opinarmos, do que nas opiniões em si.

Suas colocações foram muito bem elaboradas e sensatas, creio que as minhas também, mas evidentemente uma coisa não anula a outra.

O governo Bush pode ser menos pior do que penso. Juro por Deus! Mais de uma vez eu fiz um grande esforço mental para me colocar no lugar deste tipo de mentalidade, tentar ver pelo ponto de vista deles. O fato de eles não fazerem a menor questão de dialogar com o mundo, expondo com clareza suas opiniões, em nada ajuda. Estão numa fase onde o desprezo pela opinião alheia é tamanho que nem se dão ao trabalho de publicar livros rebatendo as acusações adversárias.

Mas é justamente ao tentar me por no lugar deles que minha indignação aumenta. Pois é aí mesmo que eu vejo que estão fazendo tudo errado! É um governo auto-destrutivo! Caminhando a passos largos e orgulhosos para o desastre como se estivessem indo pro paraíso.

É isso que no fundo realmente me preocupa. Será mesmo que, como disse Gore Vidal, eles estejam desprezando o mundo por simplesmente achar que o fim está próximo, e que daqui a pouco, Deus vai vir dar um jeito em tudo? É difícil me livrar dessa impressão. Só isso explicaria o total desprezo pelo meio ambiente e pela paz mundial.

Mantenho a triste opinião de que estamos diante de uma das piores fases da história da globalização. Não tenho dúvidas de que esses 8 anos bushescos, no mínimo, entrarão para a história como um dos episódios mais patéticos e execráveis dos últimos 50 anos. Um péssimo modo de começar o Terceiro Milênio.

Quem discordar que discorde. Mas guerras, contra-terrorismo, arrogância e até planos mirabolantes para encher o espaço de armas não são o que eu costumo considerar como atitudes de um governo decente.

Amigavelmente

Marcus Valerio XR
09 de Dezembro de 2004
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CONCLUSÃO