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2 de Julho de 2010

No ensaio TV OVO, uma reflexão sobre a forma atual de se ver TV, e o impacto da percepção horizontalmente "expandida" em plena Ditadura da Magreza.

Nossa Seleção foi derrotada. Tudo bem. Jogou bem no primeiro tempo e deu muito azar no segundo. Aquele primeiro gol "da Holanda", convenhamos... Até eles ficaram surpresos. Foi uma derrota normal. Nada daquela tragédia de 1986, da inexplicável final de 1998 ou da revoltante derrota de 2006. Já somos Penta Campeões e não devemos ganhar tudo. Ademais, em 2014 estaremos em condição privilegiada. O Brasil é a única das seleções campeãs que nunca ganhou em casa!
Valeu Dunga. Valeu seleção. Agora é torcer para que Alemanha não ganhe. Não precisamos de outro Tetra Campeão na nossa cola. Já basta a Itália que, graças à Deus, foi pra casa mais cedo. E eu nem me importaria com a Argentina não fosse o Diego Armando Paradona estar tão folgado. Qualquer outra que ganhar será de meu agrado, embora eu tenha especial simpatia pela Holanda.
Adoro Copa do Mundo, eu a assistiria mesmo que o Brasil nem jogasse. Mas meu interesse futebolístico se resume a isso. De 4 em 4 anos. Não vejo a menor graça em futebol de clubes. Torcer pra quem? Por quê? E ainda temos que ouvir sobre a fidelidade do torcedor ao time, quando nem os jogadores o são!
Com as seleções nacionais é diferente. Tenho mesmo algo em comum com todos aqueles jogadores da minha seleção. Posso ir lá conversar com eles, e compartilhar todo um universo cultural específico. Já fico preocupado com a facilidade com que alguns jogadores tem defendido seleções de países de onde não são naturais, mas ao menos ainda exista algo legítimo com o naturalizado.
Além do mais, em bom de vez em quando entrar nesse universo futebolístico para observar o curioso comportamento social. É impressionante o quão irracional se torna o povo nesses momentos. São capazes de ver coisas onde acontece o absoluto contrário! Comentaristas de futebol podem ser bons candidatos à categoria profissional de percepção mais alucinada da sociedade, e mesmo as pessoas comuns costumam simplesmente perder completamente a noção mais primária da sensatez.
Mas não digo isso como repreensão. Afinal, é o império da emoção. Capaz de gerar ilusões incríveis. Como achar que um jogo de futebol é possível de ser previsto e controlado. Como se aqueles esquemas táticos não desmoronassem quase instantaneamente no momento em que o apito é soado. Como se um único jogo fosse capaz de provar a superioridade de uma equipe contra outra, ainda mais num esporte onde os árbitros fazem o que querem em campo, sendo capazes de fazer até a seleção de Samoa ganhar do Brasil.
E que se dane a FIFA com essa postura ridiculamente estúpida e conservadora. Quantos resultados fajutos teremos que ainda suportar por causa de regras idiotas e ultrapassadas que apenas corrompem o esporte? África do Sul deveria estar na Oitavas, pois teria ganho do México se o árbitro tivesse dado o pênalti que a equipe sofreu. Por outro lado México e Inglaterra possivelmente foram derrotados pelos árbitros, e o EUA foram privados de uma das mais heróicas viradas da história dos mundiais.
Os velhacos da FIFA poderiam entender que o erro continuará fazendo parte do futrbol não importa o quão perfeitas e eficientes sejam as regras, pois errar é inerente à realidade. Mas criar regras espúrias para introduzir a injustiça deliberadamente no esporte, e ainda por cima ficar pondo a culpa nos árbitros, que sequer podem mudar decisões quando reconhecem ter errado, já não é admitir o erro, e premiar a burrice e convidar a corrupção.
Só espero que em 2014, tenhamos avançado um pouco nessa legislação futebolística, ao menos o mesmo tanto que nosso País avançou na última década.
E só uma última coisa. Nunca dê ouvidos aos tolos que não reconhecem a legitimidade da corrente patriótica em Copa do Mundo. É certo que faz falta a mesma mobilização em outras situações, mas não se pode negar a força estética de um sentimento que consegue a façanha única de, por um momento, unir os interesses de TODOS os brasileiros. Sem distinção de cor, classe, gênero ou ideologia. Só nos falta aprender a canalizar tal sentimento em outras direções.


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