Apresentação

Em Novembro de 2010 lancei o Livro Virtual de Ficção Científica Crônica de GRADIVIND, narrando uma estória que há muitos anos rondava em minha mente, misturando sonhos e especulações, e que quando comecei a escrever não pude mais parar tendo um resultado espantosamente diferente do que eu mesmo esperava. Mesmo logo após escrevê-lo, e tendo recebido entusiasmados e interessantes comentários, não tinha pretensão de expandir o tema, apesar de que o mesmo já pressupunha um universo de FC riquíssimo e capaz de comportar praticamente qualquer estória concebível.

Mas essa despretensão não durou um ano. Em 30 de novembro de 2011 já estava escrevendo este livro, o GRIDVENCE, ambientando no mesmo universo embora não seja de modo algum uma sequência do livro anterior. Afora o background histórico, nenhum dos eventos da Crônica de GRADIVIND é citado aqui, e não é possível sequer saber se esta estória se passa antes ou depois daquela, embora seja evidente que sejam contemporâneas. Mas os principais temas de GRADIVIND, a hipertecnologia capaz de praticamente acabar com a morte, a falta de sentido existencial vivida por muitos membros de uma humanidade praticamente em extinção, que resulta exatamente do espetacular conforto e segurança em que todos os cidadãos vivem, o transhumanismo, a paradoxal Anarquia e Liberdade extremas contrabalançadas por um sistema de controle social onipresente embora sutil, jogos de guerra, etc, são todos temas retomados aqui, em maior ou menor grau.

Porém, é focado algo que esteve ausente em GRADIVIND, a informática, computação ou melhor dizendo, as Inteligências e Mentes artificiais que perpassam toda a infosfera do Sistema Solar e convivem com a humanidade, as Mentes Naturais, numa teia de relações complexas, embora a estória fique centrada em uns poucos personagens dos quais somente o protagonista é um humano como nós.

Somando-se à ambientação original, é seguro dizer que esta estória sofreu algumas influências estéticas nítidas, sendo a primeira o videogame Defense Grid, do qual retirei a sonoridade do titulo, que apresenta uma interessante e carismática Inteligência Artificial que inspirou um dos personagens principais. A segunda é a música Kathy's Song (Apoptgyma Berzerk remix VNV Nation), que sugere exatamente um relacionamento afetivo entre uma Inteligência Artificial e seu usuário, e que evidentemente inspirou o nome da protagonista. Há também uma ligeira pitada de GLaDOS a IA dos jogos Portal, Portal 2 e da expansão CONTAINMENT de Defense Grid. Embora a Mente Artificial companheira do personagem principal esteja bem mais próxima à Samantha do filme Ela (Her).

Mas este último filme, que fartamente comentei neste último link, não inspirou esta estória, que já estava por completo concebida muito antes que eu tivesse a maravilhosa oportunidade de vê-lo. O que ele fez foi me incentivar a terminá-la, visto que após um ímpeto inicial foi sendo escrita entre intervalos enormes, de modo que mais da metade foi de fato concluído depois de assistir ELA, embora tudo já estivesse definido logo que comecei a escrever.

Por fim, embora me parece que a leitura prévia de GRADIVIND permita uma compreensão mais fluida de GRIDVENCE, além do reconhecimento imediato de algumas referências, o contrário não me parece tão problemático, visto que muitos dos temas são reapresentados aqui, ainda que sob ótica diferente. Ademais ao menos parte da perda que a falta de tais referências gera parece ser compensada por tornar a estória mais misteriosa, gerando menos expectativas direcionadas na leitura. A única coisa que realmente espero é que quem começar por aqui, fique com muita vontade de ler o GRADIVIND.

Espero que goste dessa ousada viagem ao mundo da Ficção Científica Extrema. Aquela que tenta o máximo de supra realismo sem perder a racionalidade, temperada pela incorrigível verve literalmente romântica da maioria das minhas estórias.


81.500 Caracteres


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Marcus Valerio XR
10/07/14
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